Edição de colecionador: Pink Floyd na Rolling Stone Brasil de dezembro
Na edição deste mês, integrantes relembram os atritos e tensões depois do clássico disco que acabou contribuindo para a separação da banda
São Paulo, 07 de dezembro de 2011 – Umas das maiores bandas de rock de todos os tempos, o Pink Floyd conheceu o auge do sucesso com o lançamento do álbum The Dark Side of the Moon, em 1973. Considerado um marco na história da música, o trabalho também marcou a trajetória da banda, revelando o lado obscuro na relação entre seus integrantes. Na edição de dezembro da Rolling Stone Brasil, David Gilmour e Roger Waters relembram os velhos tempos e falam sobre a frágil relação por trás da obra-prima do grupo. Depois de anos de tensão entre Gilmour e Waters, nenhum dos dois parece ter muita vontade ou ânimo para relembrar o passado. “É difícil voltar a mergulhar em vidas paralelas de tanto tempo atrás”, afirma Gilmour. “Há partes delas que a gente não se sente muito à vontade de lembrar”, acrescenta.
Voltar ao passado, no entanto, parece mais fácil para Waters quando ele começa a contar sobre Dark Side. “Eu me lembro de terem feito de tudo para que eu não me sentisse à vontade”, diz em meio a risadas. “A minha lembrança é de David e Rick [Wright, tecladista] se esforçando para observar que eu não sabia cantar e era desafinado”, Waters prossegue. “Talvez o jeito que eles tinham para impedir que eu tomasse conta de absolutamente tudo era dizer que eu tinha inadequações vocais e instrumentais”, dispara.
A farpa é devolvida por Gilmour quando o assunto é a última reunião da banda nos palcos, em 2005, durante o show beneficente Live 8, em Londres. “Roger passou muito tempo dizendo como ele tinha sido gentil de se apresentar para aquela ocasião única, mas que aquilo não voltaria a acontecer”, explica. “E isso reforçou a minha visão: eu compreendo por que as outras pessoas querem que esse tipo de coisa [de reunião] aconteça, mas sou totalmente egoísta ao pensar que quero passar meus anos de declínio exatamente da maneira que eu quero. E isso não faz parte dos meus planos”, rebate.
Entre brigas e discussões, os dois integrantes só entram em acordo para admitir que Dark Side foi realmente a obra-prima da banda. Waters considera o álbum como “uma espécie de perfeição”, enquanto Gilmour resume a situação: “A grandiosidade do que fizemos juntos é uma conquista de colaboração entre quatro pessoas que têm problemas de ego, todas elas. Em cada um de nós há uma leve diferença entre a realidade de nós mesmos e a nossa própria percepção de nós mesmos”, finaliza.
Outros destaques
A Rolling Stone Brasil de dezembro traz ainda uma entrevista com o jornalista Caco Barcellos falando sobre a carreira e o medo da morte. Há também um tributo aos dez anos sem Cássia Eller, uma entrevista com Adriano Cintra , que fala sobre a conturbada saída da banda CSS, e um longo bate-papo com o astro do cinema norte-americano Eddie Murphy.
Sobre a Rolling Stone
Fundada em 1967 por Jann Wenner (editor até hoje) e Ralph J. Gleason, a Rolling Stone nasceu no fervor da contracultura hippie dos anos 60. Numa época em que as revistas em circulação desprezavam a cena musical, foi o primeiro veículo a tratar o assunto seriamente. Logo se tornou conhecida por permitir a livre expressão tanto do artista quanto de seus jornalistas, fazendo história com artigos pungentes sobre sexo, drogas, comportamento e política sem rabo preso. No Brasil a publicação está sob a responsabilidade da Spring Publicações.