sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Roger Waters prepara turnê de despedida dos palcos

O cantor inglês Roger Waters, 64, irá se despedir dos palcos neste ano com uma pequena turnê mundial na qual irá tocar na íntegra "The Dark Side of The Moon", o disco clássico de sua ex-banda, o grupo de rock progressivo Pink Floyd.

Os shows começam em abril com apresentações no festival Coachella, na Califórnia. Em maio, haverá apresentações em Londres e Liverpool.

Além de suas próprias composições, o músico irá tocar também o material clássico do Pink Floyd. A turnê inclui ainda shows nos Estados Unidos em Coachella, Denver, Dallas, Houston, Landgraaf (Holanda), Megaland (Holanda), Odense (Dinamarca), Liverpool (Inglaterra) e Londres (Inglaterra).

Em 2005, a banda se reuniu para uma apresentação durante o festival Live 8. Na época se especulou sobre a volta do Pink Floyd, porém, o guitarrista David Gilmour rejeitou a hipótese, em janeiro de 2006, de voltar a trabalhar com Roger Waters e Nick Mason.

O Pink Floyd era composto por Roger Waters, Dave Gilmour, Nick Mason e Rick Wright. O músico Syd Barrett, também integrante da formação original, perdeu a sanidade gradualmente no fim dos anos 60, e deixou o grupo. Barrett morreu em julho de 2006, aos 60 anos.


http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u377096.shtml

Roger Waters deve se apresentar em Manaus

http://whiplash.net/materias/news_890/069602-pinkfloyd.html


Publicado em 27/02/08

Roger Waters (PINK FLOYD) deve se apresentar no Teatro Amazonas em Manaus no mês de abril, juntamente com a "Orquestra Amazonas Filarmônica" que, sob a regência do maestro Luiz Fernando Malheiro, está desde 12 de fevereiro ensaiando para a apresentação da Ópera "Ça-Ira", de Waters, juntamente com outras que serão apresentadas durante o "XII Festival Amazonas de Ópera".

Detalhes adicionais podem ser conferidos no link abaixo.

http://www.sec.am.gov.br/noticia.php?xcod=4506


Pink Floyd - Obscured By Clouds (1972) - Inglaterra


Faixas:

1) Obscured By Clouds - 3:04
2) When You're In - 2:23
3) Burning Bridges - 3:24
4) The Gold It's In The... - 3:30
5) Wot's...Uh The Deal - 5:04
6) Mudmen - 4:16
7) Childhood's End - 4:31
8) Free Four - 4:12
9) Stay - 4:04
10) Absolutely Curtains - 5:51

Músicos:

David Gilmour - vocal, guitarra, VCS3
Nick Mason - percussão
Rick Wright - vocal, teclados, VCS3
Roger Waters - vocal, baixo, VCS3

Obscured By Clouds, provavelmente um dos álbuns mais subestimados e menos conhecidos da banda inglesa Pink Floyd, foi gravado no fim do mês de fevereiro de 1972, em apenas uma semana, no estúdio francês Chateau D'herouville e mixado no mês de março do mesmo ano; além de ter sido produzido pelos quatro membros da banda. O álbum foi idealizado para compor a trilha sonora do filme francês La Valée (The Valley) do mesmo diretor do filme More, Barbet Schroeder, cuja trilha também fora composta pela banda.
Lançado no mês de junho de 1972, Obscured By Clouds foi o álbum do Pink Floyd que alcançou o maior êxito até então nas paradas americanas: um modesto Top 50.
Como de costume, a capa do disco foi realizada por Storm Thorgerson, amigo de longa data dos membros do grupo inglês. A arte consiste em uma imagem desfocada de um homem tentando alcançar algo em um ambiente bucólico.

Sigamos então com um excerto sobre a história do filme e posteriormente detalhes sobre as canções do álbum.

História do Filme (tirada do encarte do álbum Obscured By Clouds):


Viviane desfruta de uma confortável vida como mulher de um cônsul francês até ela visitar a Nova Guiné em busca de raridades para sua boutique em Paris. Lá ela conhece Oliver e é tentada a participar da expedição dele ao interior do país, atraída pela possibilidade de encontrar penas raras que só existem em áreas remotas. Líderados por Gaëten, eles viajam à procura de um vale secreto, indicado simplesmente como “obscured by clouds” (encoberto de nuvens) no mapa, um local reverenciado por seus habitantes como lar dos deuses. A jornada é longa e árdua – apenas a obsessão mística de Gaëten com o vale faz com que eles continuem a enfrentar condições cada vez mais hostis. Ao longo do caminho, eles encontram os “homens de barro” e são convidados a se juntar a uma cerimônia papua...consequentemente a pessoa “civilizada” de Viviane é despedaçada aos poucos com cada nova experiência até que não haja mais volta...


Canções:

O álbum abre com a canção homônima Obscured By Clouds. Uma faixa instrumental executada por Roger Waters e Rick Wright com os sintetizadores VCS3, com batidas repititivas e hipnotizantes de Nick Mason e solos de guitarra estridentes de David Gilmour. Uma faixa envolta no delicioso clima que permeia todo o disco.

Em seguida, outra música instrumental: When You’re In. Sintetizadores, bateria e guitarra formam um instrumental mais agitado do que o primeiro. Ótima atuação do Nick Mason com suas batidas simples, porém eficientes.

A bela e melancólica Burning Bridges, primeira faixa cantada do álbum, é um dos destaques. Ótima atuação vocal de David Gilmour e Rick Wright que à s vezes se revezam ou cantam em dueto, além da bonita letra composta por Roger Waters. Os tristes solos de guitarra parecem transportar o ouvinte para um local tranqüilo, isolado de tudo e de todos.

The Gold It’s In The... é a composição mais agitada. Sua letra é um resumo do filme La Valée, fala da aventura em uma terra desconhecida e paradisíaca. Excelentes solos de guitarra de David Gilmour que fazem qualquer um entrar no clima de aventura expresso na música. Ótima atuação, também, de Waters no baixo elétrico.

A pastoral Wot’s...Uh The Deal é extremamente agradável. Ótimo trabalho de Rick Wright nos teclados, admiráveis vocal e guitarra de Gilmour e, como já era de se esperar, maravilhosa letra de Roger Waters: “alguém mandou a terra prometida, bem eu a agarrei com ambas as mãos, agora sou o homem que está lá dentro e olhando tudo lá fora”. Uma das melhores do álbum.

Mudmen é uma música instrumental com a melodia muito semelhante a da já mencionada Burning Bridges. Solos angustiados de guitarra envoltos pelos sons de sintetizadores, teclados e baixo e a bateria compassada formam a bela canção.

Childhood’s End, uma composição de David Gilmour, inicia-se com o som de sintetizador surgindo aos poucos (fade in) para, logo em seguida, dar lugar a um ótimo riff de guitarra acompanhado por teclados. Um ótimo solo “Gilmouriano” é executado na metade da música.

Free Four possui um ritmo e melodia que flerta com o Country. Letra ácida de Waters que faz lembrar bastante Corporal Clegg do álbum A Saucerful Of Secrets. Foi certamente a faixa do álbum que teve mais destaque nos EUA. Ótima instrumentação.

Stay é uma balada belíssima, a mais cativante faixa de Obscured By Clouds. Ótimos vocais de Wright e maravilhoso solo de guitarra com o efeito Wah-Wah de David Gilmour.

Absolutely Curtains é a última música do disco, composta por sintetizadores VCS3 e percussão que cria um ambiente místico. Uma canção hipnotizadora que se encerra com cânticos da tribo Mapuga de Papua Nova Guiné.


Obscured By Clouds é um disco maravilhoso, um dos álbuns mais coesos da discografia Floydiana, último da fase de transição da era Barrett para a era Waters; porém esquecido até por alguns fãs da banda. Com ele o Pink Floyd alcançou o ponto alto de sua maturidade musical que culminaria com o álbum seguinte The Dark Side Of The Moon e mais tarde daria outros frutos excelentes: Wish You Were Here, Animals e The Wall.

http://soundchaser.com.br/phpBB2/viewtopic.php?t=7559

Pink Floyd gravando Obscured By Clouds.

Pink Floyd gravando Obscured By Clouds.

http://www.youtube.com/watch?v=YdL8MNPSQ-E&feature=related

Animals


“Animals”, em linhas gerais é um álbum absolutamente anti-comercial (apesar disso, vendeu cerca de 12 milhões de cópias). Duas faixas de menos de dois minutos, três com mais de dez. Quem o observa de forma desatenta e sem conhecer seu conteúdo pode imaginar que o Floyd estaria voltando ao formato sonoro de “Atom Heart Mother”, o famoso disco da vaca. Entretanto, "Animals" traz uma roupagem completamente diferente de tudo o que eles haviam feito até aquele momento.

O disco todo fundamenta-se no livro “A Revolução dos Bichos” de George Orwell, mas não limita-se a ele. Apesar de algumas sutis doses de sarcasmo, “Animals” é um trabalho sério, no qual o genial Waters expressa sua fúria contra a sociedade capitalista e os que detém o poder oprimindo injustamente os menos capacitados. Para desenhar esse mundo, o baixista e compositor divide as pessoas em três categorias animalescas, que levam os títulos das faixas dois, três e quatro ("Dogs", "Pigs" e "Sheep").

Para ele, “Pigs” são quem detém o poder, os políticos inescrupulosos, aqueles que controlam as massas. Waters refere-se a eles como pessoas sem coração, de atitudes falsas para ludibriar as outras classes e manter a aparência de que tudo está bem. Margareth Tatcher, ex-Primeira Ministra inglesa, é citada na música, assim como Mary Whitehouse, famosa moralista e inimiga do Pink Floyd.

Waters conceitua “Dogs” como os burgueses que fazem qualquer coisa para subir na vida, e quem sabe um dia tornarem-se “Pigs”. Trechos da música trazem claramente a forma maquiavélica pela qual agem para alcançar seus objetivos sórdidos (“A certain look in the eye, and an easy smile, You have to be trusted, By the people that you lie to, So that when they turn their backs on you ,You'll get the chance to put the knife in…”).

Outra interpretação trataria os “Dogs” os repressores, aqueles que, pelas ordens de outros ("Pigs"), usam o poder para manter a ordem. Sob esse prisma, “Pigs” e “Dogs” seriam aliados.

Entretanto, creio não ser essa a melhor visão. Primeiramente, o disco deixa claro que os “Dogs” desejam ardentemente tornar-se “Pigs”, e mostram-se inconformados por sua situação de ascendentes. Além disso, veja-se que na última estrofe de “Sheep”, Waters menciona que os “Dogs” teriam sido exterminados (certamente em função da ameaça que poderiam representar ao reinado dos “Pigs"), e que só teriam sobrado "Pigs" (dominantes) e "Sheep" (dominados).

Em outro trecho da música, Waters fala sobre o trágico fim dos “Dogs”: solitários, questionando-se sobre valores morais, e morrendo de câncer pelo remorso de seus atos. Curiosamente, mesmo após detonar os caninos, Waters, na segunda parte de “Pigs on the Wing”, refere-se a si mesmo como um “Dog”.

Por fim, o baixista traz ao público “Sheep”. A referência de ovelhas são para o povo, que sem querer e-ou poder pensar, segue fielmente e sem questionamentos os seus líderes. Waters usa termos como “submisso” e “obediente” para referir-se ao povo oprimido.

No curso da música, Waters faz menção a atos revolucionários para que as ovelhas deixem de ser um rebanho pacífico (“March cheerfully out of obscurity, Into the dream”), mas em seguida frustra as expectativas das ovelhas, alertando-as para a necessidade de submissão aos porcos, caso queiram sobreviver, já que os próprios “Dogs” teriam sido exterminados por causa de sua inquietude.

Também há explícitas referências ao Salmo 23, em “Sheep”, como uma clara crítica à Igreja e à forma pela qual a religiosidade age para tornar o povo submisso e seguidor de lideranças previamente determinadas.

Em relação a “Pigs on the Wing" (Partes 1 e 2), a primeira e a quinta faixa devem ser avaliadas juntas. Ambas são raríssimas declarações de amor de Waters à sua esposa, Caroline. Roger tenta dizer, em outras palavras, que apenas o amor e a mútua proteção podem protegê-los dos males causados pelos “animais” e pela sociedade como está posta.

Apesar do fundo político-social, e da constante busca das letras em evidenciar as desigualdades e a ganância, “Animals” também tem em sua musicalidade um ponto muito forte.

“Pigs on the Wing” trazem consigo uma suavidade intensa no dedilhar do violão e na voz levemente esganiçada de Waters, para introduzir (faixa 01) e fechar o disco (faixa 05), como se fossem uma casca, preparando o brilhante recheio.

“Dogs”, apesar dos seus 17 minutos, está muito longe de ser cansativa. Talvez seja a mais “floydiana” das faixas: a harmonia dos solos de Gilmour (ouça a música e diga se ela não vai preparando terreno para os solos), as distorções antes da parte final, a inigualável presença do baixo, os brilhantes questionamentos de Waters ao final...

“Pigs” e “Sheep” mantém uma linha rítmica mais constante. Novamente aqui David Gilmour faz a diferença, quer na magistral condução instrumental da primeira ou do frenético ritmo dos solos e riffs da última, onde Wright também aparece de forma destacada. Um amigo uma vez me disse que Gilmour toca com a alma, e suas mãos só executam o comando.

Animals é o melhor disco do Floyd? Não tenho a pretensão de fazer ninguém acreditar nisso, até por que sei que essa discussão é inútil, e também porque eu mesmo acredito que eles fizeram algo melhor, antes e depois da separação de Waters e Gilmour.

Entretanto, é um álbum que merece ser ouvido, avaliado, dissecado. Seu contexto, seu formato, sua musicalidade, o momento no qual foi gravado. Tudo remete à genialidade compositora de Waters e à sublime suavidade melódica de Gilmour, diametralmente opostos, mas ainda juntos, como dia e noite, como Grêmio e Inter, como cérebro e espirito. Sem dúvida, discoteca básica para qualquer amante do Rock’n Roll.

Álbum: Animals
Banda: Pink Floyd
Lançamento: 23 de janeiro de 1977

Faixas:
1 - Pigs on the Wing (part 1) - 1:25
2 - Dogs - 17:08
3 - Pigs (Three Different Ones) - 11:28
4 - Sheep - 10:20
5 - Pigs on the Wing (part 2) - 1:25


http://whiplash.net/materias/db/060598-pinkfloyd.html

Mais um Prêmio..

Mais um Prêmio..
Obrigado a todos